Sobre a mesa abrem-se as portas rumo a sede
cai o silêncio que ofusca a fome imediata
seca a boca que deseja
os gritos das línguas amputadas
varre-se o sangue que despeja
sem a audácia profana do abismo
onde as misérias zombeteiras estorcem-se na rede cáustica da mudez
devaneios que rondam pegajosos
a surdina que espreita o fim
traidor da lua ao roubar suas carícias de verão
Fala Democrático, silenciosos estamos
na ausência do inimigo felino
a delogar as asas tórridas de rubros céus
queres-me fanático, papagaio sério
o sagaz dromedário sem corcovas
cujos rins retumbam na estiagem da noite
então se vê a luz queimando com as bruxas
na aurora fustigante do começo de uma decadência
que as mãos súplices manam do bojo das vontades raquíticas
aveludam-se os ossos com o teor da autoridade
pitoresco obelísco vaidoso
apunhalando a nodosa serpente num folguedo de traças
gemi um grito de pudor
desesperada inércia iminente vitória
a liberdade demente cai por terra em dissonâncias ávidas de um amanhecer em cinzas.
Poema composto por Thierry Motta, Luciana Marcelino e Lourenço Tristão.
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3 comentários:
Como tu já tinha comentado comigo, estilo nonsense a lá primeiros trabalhos do David Lynch...
Mas tenho curiosidade a respeito das inspirações de vcs...elas existem em cada verso? e são baseadas em que aspecto da realidade?
Oi Luciana, obrigada por participar do nosso sorteio. No final linkaremos todas as participantes. Bjuu
http://coisasdemeninas.com
Oi, esta rolando um sorteio no CDM. Passa la pra participar!! Bjuu
http://coisasdemeninas.com
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